Se nesse nascer e morrer eu ressuscitar e melhorar cada partícula de mim, cada partícula que me constitui, talvez eu queira de facto morrer.
Na minha ânsia não encontro como acalmar o meu insuperável e insuportável cepticismo e desse modo não me contento com o que sou e procuro estupidamente por decisões, infrutiferamente por respostas.
Oxalá alguém encontrasse em mim uma palavra inspiradora ou um mito, um orgasmo do cosmos, que o inspirasse a criar algo perfeito. Tornaria perfeita a minha obra. Tornaria valiosa a minha existência.
Importa-me concretamente o que sou pois ao não encontrar outra maneira de o ser tento ao menos compreender o porquê de ser assim. E tu? Não te incomoda a indefinição? Não te atrapalha o nascer e morrer e não saber nada e não ser nada senão pó, pó que um dia constituiu estrelas e planetas e átomos; somos apenas átomos e como é que átomos podem pensar tanto?
Se eu conseguisse fragmentar cada célula que me constitui cada molécula cada átomo cada electrão e dissecasse cada neurónio do meu corpo talvez compreendese que acalmar o meu corpo não é uma necessidade e sim agitá-lo, gerir a entropia que me atormenta.
Entropia. Caos. Vida e Morte.
Oxalá alguém encontrasse em mim uma frase inspiradora, uma obra, um êxtase da eternidade, que o levasse a criar algo perfeito. Tornaria perfeita a minha vida. Tornar-me-ia algo definido e cada partícula que me constitui seria matéria à sua maneira.
1 comentário:
queremos mais!
onde andam?
Enviar um comentário