28.5.12
Curvas planas côncavas em traços desalmados e quase nada humanos. Labaredas partículas minúsculas que se convertem em partículas minúsculas espaços vazios não preenchidos e somos carne e osso somos vida e pequenos minúsculos espaços vazios. O oxigénio mantém-se consumido quase diluido na atmosfera nauseabunda que tresanda a nós destas paredes caiadas já um pouco lascadas paupérrimas e sensaboronas e pode ser que o quarto sem janelas cresça iluminado aquando do nascer das pequenas partículas reactoras. Pensar que dentro de nós se perpetua a impensável inimaginável inconcebível energia para despoletar o rebentar de uma bomba atómica que arrasaria todo o verde que o mundo vai rareando, será legítima essa associação? Mas enquanto as curvas planas côncavas suadas em traços desalmados frenéticos nada humanos e inadaptados são percorridas num arrepio solene tudo se consome e as partículas minúsculas que não passam de pequenos minúsculos espaços vazios bastam para que se consuma o pobre desalento vítreo das nossas consciências pesadas.
27.5.12
14.5.12
1.5.12
e ouço um ruído de fundo como se subitamente todo o mundo houvesse estacado para os seus cérebros ecoarem em uníssono, as sinapses darem-se ao mesmo ritmo, os corações bombearem o fluxo negro de vida na mesma sinfonia parada e estagnada. o arco do violino não pousa, o sopro de ar não cresce. não flutua. o ruído de fundo abate-se sobre as consciências inebriadas, triviais, um sonânbulo levanta-se e caminha para o parapeito da janela. nasce vida.
o ruído de fundo cessa.
o ruído de fundo cessa.
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